Lançado em fevereiro de 2019, o livro Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata, se propõe a analisar, em profundidade, o legado e a trajetória de Joaquim Pinto de Oliveira (1721-1811), mais conhecido como Tebas.
Reprodução do livro Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata
A publicação, organizada pelo escritor e jornalista Abilio Ferreira, é a primeira publicação de não ficção dedicada ao construtor, reunindo artigos de cinco especialistas. Tebas foi o responsável pela construção do Chafariz da Misericórdia (1792), sua obra mais conhecida, além dos ornamentos de pedra da fachada das principais igrejas paulistanas da época, como a da Ordem Terceira do Carmo (1775-1776), a do Mosteiro de São Bento (1766 e 1798), a da velha Catedral da Sé (1778), a da Ordem Terceira do Seráfico São Francisco (1783) e, também, do enorme Cruzeiro Franciscano da cidade de Itu (1795).
O livro reúne uma série de cinco abordagens sobre avida e a obra do negro arquiteti apelidado de Tebas pelos moradores da São Paulo escravocrata. Seu objetivo é indicar caminhos para a ampliação do conhecimento sobre esse personagem "esquecido na metrópole de concreto."
Reprodução do livro Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata
As origens africanas de Joaquim Pinto de Oliveira ainda não são conhecidas. Sabe-se, no entanto, que ele nasceu em Santos e foi transferido para São Paulo, em meados do século 18, pelo seu então proprietário, o português Bento de Oliveira Lima, célebre mestre de obras da região.
A capital vivia, na época, um boom na construção civil, baseada no método construtivo da taipa. Tebas se destacava por ser um especialista na arte e na técnica de talhar e aparelhar pedras, um profissional raro na São Paulo colonial. Seu trabalho era muito requisitado, sobretudo pelas poderosas ordens religiosas presentes na cidade desde a fundação.
Alforriado entre 1777 e 1778, aos 57 ou 58 anos de idade, Tebas morreu no dia 11 de janeiro de 1811, vítima de gangrena, aos 90 anos. O velório e o sepultamento foram realizados na Igreja de São Gonçalo, ainda hoje existente na Praça João Mendes.
A versão digital do livro está disponível para download gratuito pelo site do CAU/SP.