A rápida disseminação do COVID-19 sobrecarregou os recursos hospitalares em todo o mundo. Os equipamentos de proteção individual não estão sendo fabricados com rapidez suficiente para atender à demanda e as alas de emergência estão sendo forçadas a priorizar pacientes de alto risco enquanto enviam casos mais leves para casa. Enquanto alguns hospitais estão montando tendas temporárias para receber mais pacientes, o coronavírus continua sendo facilmente transmitido, o que significa que não é preciso apenas mais espaço, são necessárias mais áreas projetadas para um isolamento completo.
Em resposta a essa necessidade, Carlo Ratti – arquiteto, engenheiro, ativista e inventor italiano – está liderando uma força-tarefa chamada CURA , um modelo de design de código aberto que transforma contêineres em unidades de terapia intensiva. O projeto visa aumentar a eficiência com a qual os hospitais podem tratar pacientes doentes e foi desenvolvido para ser produzido e transportado para hospitais de forma rápida e fácil.
CURA significa Unidade Conectada para Doenças Respiratórias e foi desenvolvida em colaboração por mais de 100 arquitetos, designers, médicos, consultores e engenheiros de todo o mundo. É uma solução de design flexível, ágil e barata, mas também capaz de fornecer aos profissionais médicos condições de trabalho seguras.
Uma unidade acomoda dois pacientes e será exatamente como um pequeno quarto de hospital, com equipamentos necessários para UTI e infecções respiratórias. O elemento chave é que as unidades garantirão um nível de biossegurança, graças à bio-contenção com pressão negativa. A direção do fluxo de ar nessas enfermarias de isolamento visa diminuir a probabilidade de médicos e enfermeiros contraírem o vírus.
O primeiro protótipo de cápsula está em construção (as plantas serão disponibilizadas em alguns dias) e está programado para ser instalado em Milão em aproximadamente três semanas. Cada leito de UTI, equipado com equipamentos médicos essenciais, custará cerca de US $ 75.000, o que eleva o preço de cada cápsula a pelo menos US $ 150 mil. A CURA recebeu financiamento do banco italiano UniCredit para construir o primeiro protótipo.
Os profissionais envolvidos no projeto estão espalhados por quatro continentes e, em grande parte, em isolamento. As reuniões de projeto estão sendo realizadas por aplicativos de videoconferência, o que se torna um desafio quando se trata de co-projetar um novo produto.
Ao reciclar contêineres de transporte existentes, o sistema CURA é mais eficiente do que começando do zero. A equipe do CURA espera reutilizar as estruturas várias vezes nos próximos meses, enviando-as para onde for mais necessário.